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Flávio da Silva e Gordon Parks
Em 1961, a revista norte-americana 'Life' enviou o fotógrafo Gordon Parks ao Rio de Janeiro para documentar a pobreza no Brasil. Ao chegar lá, ele encontrou Flávio da Silva, um garotinho de 12 anos que além da vida castigada pela miséria, sofria de asma crônica. Parks então, espelhado em sua própria infância na periferia de Fort Scott (Kansas - EUA), criou um laço sentimental com Flávio e o transformou no tema principal de seu trabalho no Brasil.
A fotorreportagem com 12 páginas entitulada 'Freedom’s Fearful Foe: Poverty' foi um sucesso, causou enorme comoção entre os leitores da 'Life' e resultou numa arrecadação espontânea de fundos para que Flávio pudesse vir aos Estados Unidos tratar da saúde. Anos depois, Parks ainda viria a fotografar Flávio em outras ocasiões e o último encontro entre os dois aconteceu no final dos anos 90 antes da morte do fotógrafo em 2006.
As fotos sobre o mundo de Flávio, sensíveis e dramáticas, transparecem de forma impressionante a dor e o sofrimento do abandono. É a arte cumprindo sua missão: emocionar, incomodar e causar reflexões.
Assim como Parks em 1961, encontrei Flávio da Silva em julho de 2019 no evento de abertura da retrospectiva fotográfica 'GORDON PARKS: THE FLÁVIO STORY' (Getty Center - Los Angeles).
Flávio, no alto dos seus 70 anos, ainda carregava pureza no olhar, a mesma do garotinho retratado na parede.
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