- anachristinadeoliv
Machu Picchu
Updated: 7 days ago

Chegar até Machu Picchu foi um grande périplo, que começou na saída de Cusco às 5hs da manhã, sob um frio de 6 graus. Seguimos de ônibus até Poroy, onde pegamos um trem para Águas Calientes.
O trem viaja lentamente e vai serpenteando por entre os Andes, acompanhado pelo rio Urubamba e suas corredeiras. A viagem é tão bucólica que trem e rio parecem deslizar na mesma velocidade.
Águas Calientes está no pé de Machu Picchu, a ´montanha velha´.

De lá, outro ônibus nos leva até a cidade sagrada, agora no topo do mundo. Um percurso de meia hora, de curvas fechadas beirando a ribanceira, com muita emoção até chegar lááá em cima.
Depois de uma breve caminhada, atinge-se o primeiro mirante: a foto clássica de todos os peregrinos. Avistar aquele lugar cravado na cordilheira é uma viagem no tempo, uma experiência divina, um momento de profunda reflexão sobre a nossa própria existência.
Enquanto caminhava pelas ruínas e ouvia as explicações sobre como aquela sociedade vivia em harmonia absoluta com a mãe terra, numa sabedoria infinita, refletia sobre como somos parte de um grande e complexo ecossistema terrestre.
Seguimos caminhando, respirando, aprendendo e nos emocionando com a paisagem impressionante, com as histórias centenárias e com a vibração de nossos antepassados.
Tirei muitas e muitas fotos, até que... a câmera parou de funcionar. De repente e do nada!
Por alguns instantes, me irritei ligando e desligando a câmera, conferindo todos os botões e configurações, tentando solucionar o problema, em vão. Então, parei.
E percebi que aquilo não tinha acontecido por acaso. Guardei minha câmera com muito carinho e procurei me reconectar. E apenas fotografar com a retina dos olhos e enxergar aquele lugar celeste com o coração.
A energia infinita que emana dali está refletida no equilíbrio entre cada componente daquele cenário: os terraços de cultivo homogêneos, as edificações de pedra encaixadas estrategicamente, as lhamas preguiçosas tomando sol na grama e os picos misteriosos que tocam as nuvens.
Saí de Machu Picchu inebriada, em êxtase, com a sensação de estar flanando no tempo, plena de euforia e gratidão por testemunhar aquela maravilha. O mundo no qual eu vivia se expandiu e a vida se tornou maior e cheia de significado.
Naturalmente, toda a emoção desse momento irá, aos poucos, se acalmar. Mas aí, a Ana já não terá mais a alma do mesmo tamanho.

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